sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dois produtos mesmo solo



Qualquer consórcio entre dois produtos, cultivados no solo correto, traz maior rentabilidade do que um cultivo isolado, conforme informações do grupo de pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, divulgados ontem, 26 de outubro, durante o workshop Mais Floresta, no município de Bandeirantes, em Mato Grosso do Sul. “A junção do eucalipto com a soja, milho, mandioca ou a pastagem já é provada cientificamente mais vantajosa e mais rentável ao produtor”, confirma o doutor Omar Daniel, do Grupo de Estudos em Sistemas Agroflorestais da UFGD, durante a apresentação do Programa Mais Floresta, na cidade de Bandeirantes.
Um hectare destinado à pecuária tradicional com uma reforma de ciclo de 12 anos, ocasiona uma renda de R$ 87, enquanto que a mesma área, em um ciclo de oito anos, unindo a pastagem ao eucalipto, somam por ano a cifra de R$ 457.
Além do lucro, o consórcio traz vantagens ambientais como o equilíbrio do clima, devido a absorção de grande quantidade de CO2, e um hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas. No Brasil, dos 300 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, somente 100 milhões provêm de plantios florestais.
“A utilização de florestas plantadas para fins industriais é muito importante para a conservação do meio ambiente, pois as árvores produzem a matéria-prima que supre a necessidade da população por papel, madeira, lenha, carvão para uso energético e outros produtos de largo consumo, sem esgotar os recursos naturais”, afirmou o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul - SENAR/MS, Clodoaldo Martins.
O eucalipto é matéria prima de diferentes objetos e destinado à várias atividades, bem como a serraria, mobília, placas e painéis, produção de energia, madeira serrada e outras. A silvicultura tem sido incentivada pelo programa Mais Floresta em 21 cidades do Mato Grosso do Sul.
O Mais Floresta é um projeto do Senar/MS e tem a finalidade de apresentar aos produtores, as vantagens econômicas do cultivo de eucalipto e seringueira, possibilitando ao trabalhador rural uma diversificação de sua renda, além de estimular o corpo técnico a elaborar projetos de investimentos na área florestal.
O Programa Mais Floresta estará em Campo Grande no dia 18 de novembro, e ainda passará por mais 14 municípios do Estado, com o apoio do Painel Florestal, Cautex Florestal, Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimentodo Extremo Sul-BRDE, Reflore MS, Sebrae/MS, Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura-SBAG e Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD.
 

Novo Código Florestal deve ser votado no próximo dia 8


O novo relatório do Projeto de Lei 30/2011, que propõe a atualização do Código Florestal, traz avanços na questão da regularização dos passivos ambientais dos produtores rurais, oferecendo mais facilidades e menos ônus para incluir mais de 90% das propriedades rurais do País na legalidade. A avaliação é do presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente e vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Doca Veronez, a respeito do parecer do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator da matéria, apresentado nesta terça-feira (25/10) nas Comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e informática (CCT) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado. Após a leitura do relatório, houve pedido de vista coletiva, o que adiou a discussão para o dia 8 de novembro.
Os dispositivos que tratam da regularização do passivo ambiental foram separados pelo relator em um capítulo específico sobre disposições transitórias. Ao anunciar a mudança, o relator explicou que procurou tornar mais clara a redação referente a este ponto no texto e que proposta pretende “corrigir os erros do passado”. No texto, ele manteve a data limite de 22 de julho de 2008 para regularizar a situação dos produtores, ficando proibidas novas aberturas a partir desta data. “O texto neste ponto ficou mais auto-aplicável e menos polêmico, avançando em questões onde havia dúvidas de interpretação. Embora seja o texto possível e não o desejável, o parecer melhora muito os tópicos que tratam da situação dos produtores rurais, que terão mais facilidade para se regularizarem”, disse o vice-presidente da CNA.
A expectativa de Veronez é que o texto tenha mais avanços nas próximas discussões. Depois de votado na CCT e na CRA, a matéria será apresentada e votada na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), onde o relator será o senador Jorge Viana (PT-AC). O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA disse que espera mais ganhos para os produtores da  Amazônia. “Até agora, os ganhos para a região são muito pequenos. Por isso entendo que ainda temos alguns ajustes a fazer. São pequenos, mas que pode ajudar a melhorar a situação econômica dos produtores”, afirmou. Ele reforçou, ainda, que pelo cronograma estabelecido pelos senadores, a previsão é votar o novo código Florestal no plenário do Senado até o final de novembro.
Relatório - O texto apresentado pelo senador Luiz Henrique, na forma de emenda substitutiva global, possui 72 artigos e traz mudanças em relação à versão aprovada no fim de setembro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Luiz Henrique acatou 39 emendas ao relatório e rejeitou outras 44. Entre as mudanças anunciadas, o relator informou que separou no texto as questões transitórias das permanentes. Enquanto os pontos transitórios, inseridos em um capítulo exclusivo, visam corrigir os erros do passado, as questões permanentes visam garantir a proteção das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e as reservas legais existentes e recompostas, criando um “direito ambiental para o futuro”. 
Outro ponto do projeto diz respeito aos incentivos econômicos para a preservação, o pagamento por serviços ambientais. O relator incluiu no texto dispositivo que trata da remuneração a produtores que conservarem florestas e vegetação nativa em suas propriedades. “As regras baseadas no comando e no controle não foram capazes de deter desmatamento ilegal. Por isso vemos a necessidade de adicionar mecanismos econômicos de preservação”, enfatizou. Pela proposta, este tópico será regulado em projeto de lei a ser enviado pelo Poder Executivo em um prazo de 180 dias após a sanção presidencial do novo Código Florestal.
O parecer apresentado na CRA e na CCT prevê, ainda, a criação de um Inventário Florestal Nacional, que seria um cadastro com todas as árvores existentes no Brasil, tanto em terras públicas e privadas, visando coibir a extração ilegal de madeira no País.  A proposição garante também regras de proteção de manguezais e veredas, considerados APPs, e limita a agricultura de vazante de rios aos pequenos agricultores. O relator manteve, ainda, as hipóteses de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental para novas intervenções ou supressões em APPs. Durante os debates, muitos senadores apresentaram novas sugestões de emendas ao texto. No entanto, fecharam acordo para apresentar novas emendas ao relatório até 1º de novembro.

Presidente da FAEPA fala sobre Políticas Públicas no 5º SINCORTE




“Para que as políticas públicas funcionem, precisamos apenas de um bom projeto, uma boa equipe, profissionalismo, ética e seriedade”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA), Mário Borba, em palestra ministrada durante o 5º SINCORTE – Simpósio Internacional sobre Caprinos e Ovinos de Corte, na manhã de ontem, 27 de outubro, no Tropical Hotel Tambaú, em João Pessoa. O presidente da FAEPA falou sobre o tema “Alternativas de Políticas Públicas”.
Durante sua palestra, Mário Borba apresentou um resumo sobre a situação atual do estado e do nordeste e apontou os principais gargalos e impedimentos que emperram o sucesso de políticas públicas e dos programas e projetos implantados na região nordeste. O presidente também abordou temas como a convivência com a seca, educação e cultura e dignidade do produtor rural. “Enquanto os governantes não enxergarem as peculiaridades do semiárido, enquanto não for encontrado um caminho para a convivência com a seca, nenhum projeto ou política pública vai funcionar”.
Mário Borba ressaltou ainda a importância da educação e como o analfabetismo e baixa escolaridade existentes no estado atrasam o processo de desenvolvimento do setor agropecuário. “Segundo levantamento do IBGE, nós temos de 15 a 23% de analfabetos no Nordeste brasileiro. Como é que se quer fazer política pública, levar conhecimento, tecnologia, capacitação, pesquisas, se as pessoas não são alfabetizadas?”. E colocou ainda, “Se nós queremos desenvolver o semiárido, desenvolver novos projetos e programas, temos que educar o nosso povo. Esta é uma dívida que o governo tem com o nosso semiárido”.
O presidente da FAEPA também abordou temas polêmicos como a falta de infraestrutura, como estradas e ferrovias para escoamento da produção, sistemas de irrigação e cisternas; a falta de assistência técnica; o descaso com a sanidade animal e vegetal, que é um ponto crítico para o desenvolvimento da Paraíba e do Nordeste e o crédito rural. “O endividamento rural é um problema que se arrasta e aflige os produtores rurais há vários anos. São 17 anos, 18 medidas provisórias e 15 projetos de lei que não resolveram nada”, enfatizou.
Mário Borba colocou ainda, a importância do planejamento, acompanhamento e monitoramento do impacto das políticas públicas implantadas; da consulta e envolvimento os produtores rurais nas decisões sobre o setor e na elaboração de programas e projetos e o papel das câmaras setoriais. “O Ministério da Agricultura deveria, por meio das câmaras setoriais, dar um direcionamento para as cadeias produtivas, para que todos trabalhem no mesmo rumo”, afirmou.

“Para que as políticas públicas funcionem, precisamos apenas de um bom projeto, uma boa equipe, profissionalismo, ética e seriedade”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA), Mário Borba, em palestra ministrada durante o 5º SINCORTE – Simpósio Internacional sobre Caprinos e Ovinos de Corte, na manhã de ontem, 27 de outubro, no Tropical Hotel Tambaú, em João Pessoa. O presidente da FAEPA falou sobre o tema “Alternativas de Políticas Públicas”.
Durante sua palestra, Mário Borba apresentou um resumo sobre a situação atual do estado e do nordeste e apontou os principais gargalos e impedimentos que emperram o sucesso de políticas públicas e dos programas e projetos implantados na região nordeste. O presidente também abordou temas como a convivência com a seca, educação e cultura e dignidade do produtor rural. “Enquanto os governantes não enxergarem as peculiaridades do semiárido, enquanto não for encontrado um caminho para a convivência com a seca, nenhum projeto ou política pública vai funcionar”.
Mário Borba ressaltou ainda a importância da educação e como o analfabetismo e baixa escolaridade existentes no estado atrasam o processo de desenvolvimento do setor agropecuário. “Segundo levantamento do IBGE, nós temos de 15 a 23% de analfabetos no Nordeste brasileiro. Como é que se quer fazer política pública, levar conhecimento, tecnologia, capacitação, pesquisas, se as pessoas não são alfabetizadas?”. E colocou ainda, “Se nós queremos desenvolver o semiárido, desenvolver novos projetos e programas, temos que educar o nosso povo. Esta é uma dívida que o governo tem com o nosso semiárido”.
O presidente da FAEPA também abordou temas polêmicos como a falta de infraestrutura, como estradas e ferrovias para escoamento da produção, sistemas de irrigação e cisternas; a falta de assistência técnica; o descaso com a sanidade animal e vegetal, que é um ponto crítico para o desenvolvimento da Paraíba e do Nordeste e o crédito rural. “O endividamento rural é um problema que se arrasta e aflige os produtores rurais há vários anos. São 17 anos, 18 medidas provisórias e 15 projetos de lei que não resolveram nada”, enfatizou.
Mário Borba colocou ainda, a importância do planejamento, acompanhamento e monitoramento do impacto das políticas públicas implantadas; da consulta e envolvimento os produtores rurais nas decisões sobre o setor e na elaboração de programas e projetos e o papel das câmaras setoriais. “O Ministério da Agricultura deveria, por meio das câmaras setoriais, dar um direcionamento para as cadeias produtivas, para que todos trabalhem no mesmo rumo”, afirmou.

Presidente da CNA defende licenciamento ambiental simplificado para o setor agropecuário



A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu nesta terça-feira (25/10) a criação da Licença Ambiental Única (LAU) para desburocratizar os procedimentos de obtenção do licenciamento ambiental no setor agropecuário e reduzir os custos de implantação de empreendimentos agropecuários e florestais. Ela abordou a questão durante o Seminário Articulação Política pela Sustentabilidade – Encontro Brasileiro de Secretários de Meio Ambiente, na Câmara dos Deputados. Em sua palestra, afirmou que a burocracia imposta pela legislação, além de onerar o produtor rural, pode prejudicá-lo na sua atividade. “O produtor espera até um ano para ter sua licença ambiental, quando deveria obtê-la na hora em que solicita”, disse.
A senadora apresentou dados que mostram o alto custo do licenciamento ambiental no Brasil. No Tocantins, por exemplo, a permissão para um empreendimento agropecuário ou florestal, em uma área de até mil hectares, chega a custar R$ 58 mil. Deste total, as taxas respondem por 26% do custo, enquanto os projetos de licenciamento representam 74% do ônus. Para áreas acima de mil hectares, o custo sobe para, aproximadamente, R$ 318 mil, em razão da exigência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), cujas taxas equivalem a 21% da quantia desembolsada e os projetos 79%. “Estes custos acabam inviabilizando muitos empreendimentos agropecuários e florestais”, afirmou a presidente da CNA, que citou experiências bem sucedidas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que já adotam a LAU. “Os exemplos destes dois Estados devem servir de exemplo para o resto do País”, acrescentou.
Ainda em relação à LAU, citou o Projeto de Lei 2.163/11, do deputado Irajá Abreu (PSD-TO), que simplifica os procedimentos para a obtenção do licenciamento ambiental para empreendimentos agropecuários e florestais, por meio da licença ambiental unificada. A matéria aguarda análise da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), da Câmara. O projeto também atribui aos órgãos ambientais nos Estados e no Distrito Federal a decisão sobre a necessidade de se apresentar o EIA e o RIMA como requisito para a obtenção do licenciamento. Prevê, ainda, a isenção de custos para o licenciamento em áreas de até 10 mil hectares.

sábado, 22 de outubro de 2011

Agricultores defendem suas sementes crioulas perante Justiça Federal no Paraná

A vara ambiental da Justiça Federal de Curitiba ficou colorida ontem, dia 20/09, com as variedades de milho crioulo que agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais de diferentes regiões do país levaram para ilustrar seus depoimentos. A sessão fez parte de Ação Civil Pública nº 2009.70.00.021057-7 movida por AS-PTA, ANPA, Idec e Terra de Direitos, que questiona a eficácia da regra de coexistência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança que estabelece 100 metros de distância (ou 20 m mais 10 linhas de milho comum) como forma de se evitar a contaminação do milho crioulo, orgânico ou convencional pelas plantações transgênicas.

Na condição de rés estavam as empresas Monsanto, Syngenta e Bayer, além da União. O juiz ouviu depoimentos de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, indígenas e faxinalenses, guardiões das sementes crioulas, que afirmaram todos que a distância de 100 metros é absolutamente inviável para evitar a contaminação das sementes crioulas e os consequentes danos ambientais, sociais, culturais e econômicos por eles relatados.

domingo, 2 de outubro de 2011

O MECA EM MOVIMENTO EM VARIAS AÇÕES

















O movimento de educação do campo e agroecologia está crescendo e se estendendo sertão ao litoral, plantando sua semente por onde passa, socializando e trocando conhecimentos e saberes. O projeto Pescadores Online abriu novas fronteiras e um desafio para o movimento e socializar com a comunidade práticas agroecologicas....